É com a noticia que hoje ocupa as nossas televisões e jornais que eu faço o meu primeiro post aqui no blog. O Terremoto e a Tsunami no Japão acarretaram em explosões e falhas na usina nuclear japonesa. A primeira reação a essa terríveis noticias é de espanto e pena dos mortos e desabrigados, dos japoneses que podem estar expostos à radioatividade nesse momento, porém logo em seguida egoistamente pensamos “Graças a Deus não temos terremotos no Brasil.” Graças a Deus? Por que Deus faria com que no Japão morressem mais de três mil e quinhentas pessoas assim à-toa? O que foi que os Japoneses fizeram de tão errado, pobrezinhos? Bem, são respostas que sei que não terei, apenas dirão que foi a força da natureza, que pra mim anda muito revoltada ultimamente.
E logo após o sentimento de puro egoísmo vem aquele de culpa e pena. “Queria poder ajudar...”, queria é? Você se importando com os mortos no Japão por um Tsunami enquanto morre gente no seu país de fome, pessoas que apanham dentro de casa até a morte, idosos abandonados pela família, crianças que morrem armadas, sozinhas, viciadas... É, pobre dos japoneses que morrem com terremotos...
Logo depois passaram três, quatro dias e a noticia se tornará algo cansado e velho quando você ligar a televisão e vir uma reportagem sobre o Japão logo pensará “Ah, de novo isso”? “E simplesmente mudarão de canal, simples assim, sem pensar que para os Japoneses aquilo ainda não vai ter passado, eles ainda nem saberão ao certo se acabou, de onde veio, porque veio, mas pra você não, aquilo já é algo que você já viu, já cansou”. Quando você se der conta já vai estar fazendo brincadeirinhas sobre o assunto, rindo de algo tão devastador e perplexo como o caso Isabella Nardoni, o terremoto no Haiti, os alagamentos em Santa Catarina, os deslizamentos de terra na serra do Rio, todos os assuntos que pararam o Brasil ou o mundo provavelmente vão estar em restrospectivas ou já até estiveram, mas depois que o tempo passa, a sua vida não mudou com esses acontecimentos, você nem sua família ou amigos não foram afetados e você simplesmente continua vivendo, esquecendo e não ligando até que outra tragédia acontece e o seu lado solidário e humanista volta a ativa.
E aí? O seu lado solidário e humanista anda ativo nesses dias? Sim? E semana passada eles estavam?
Deixo aqui o meu luto (provavelmente temporário) as vítimas da tragédia que ocorreu no Japão onde a fúria da natureza que provavelmente nós causamos destrói o que mais prezamos.
Bárbara Gama
Barbara *-*, falo todas as fases da nossa "caridade fajuta", relato cada momento e sentimos que muitas vezes não comentamos, negamos ou até mesmo simplesmente ignoramos, talvez por vergonha da falta da REAL solidariedade. Isso mostra o quanto nós a espécie do ser humano é má; você pode até ser a exceção, mas momentaneamente; quando a tragédia não te afeta um dia cai no esquecimento e simplesmente os milhares de desaparecidos e mortos são deixados de lado e você só volta a ser "solidário", caridoso quando uma nova tragédia acontece. E ai me pergunto não seria melhor ao invés de ter pena do outro lado do mundo e ajudar momentânea mente em quanto todos estão comentando, ajudar diariamente quem está a sua volta, quem está precisando aqui perto de você e ajudar sempre, sem precisar ser sempre lembrado?
ResponderExcluirPois então acho que está mais do que na hora de todos nós construirmos relações sólidas e verdadeiras, que não sejam abandoanadas .
Por: Carmem Celes Abrantes
Bárbara ,concordo fielmente com sua opinião , hoje em dia nós nos desligamos e esquecemos cada vez mais rápido das tragédias que nos cercam e assustam .
ResponderExcluirMuito interesante como me fez lembrar das tragédias que encheram a tv e os jornais e a net já tinha até esquecido !
ResponderExcluirTemos de praticar a solidariedade em todos os momentos, não é preciso acontecer algo para que haja a reflexão sobre temas "tenebrosos". A história está aí, pronta para ser explorada, deve-se aprender com os erros dos outros, apesar de às vezes parecer cruel para mim. Ame ao próximo como à ti mesmo, e para se amar tem que se conhecer... Estaríamos nós tão cegos assim?
ResponderExcluirV